terça-feira, 5 de julho de 2011

Apaixonados

Nos apaixonamos para corrigir nossos passado. A questão não é porque nos apaixonamos por Roberto e não por Vitor, ou por que nos apaixonamos por Elvira e não por Débora. A questão é: por que nos apaixonamos? Es tamos sempre tentando justificar a escolha de uma parceiro em detrimento de outro, e não raro dizemos: "Não entendo como fui me apaixonar logo por ele". Mas não é isso que importa. Poderia ser qualquer um. A verdade é que a gente decide se apaixonar. Está predisposto a envolver-se- o candidato e esse amor tem que cumprir certos requisitos, lógico, mas ele não é a razão primeira de termos sucumbido. A razão primeira somos nós mesmos.
Cada vez que nos apaixonamos, estamos tendo uma nova chance de acertar. Estamos tendo uma nova chance de acertar. Estamos tendo a oportunidade de zerar nosso hodômetro. De sermos estreantes. Uma pessoa acaba de entrar em sua vida, você é 0Km para ela. Tanto as informações que você passar quanto as atitudes que tomar serão novidade suprema - é a chance de você ser quem não conseguiu ser até agora.
Um novo amor é a platéia ideal para nos reafirmarmos. Nada será cobrado nos primeiros momentos, você larga vantagem, há expectativas em relação a suas ideias e emoções. Você é dono do roteiro, você conduz a trama,  apresenta seu personagem. Estar apaixonado por outro é basicamente estar apaixonado por você mesmo.
Cada vez que alguém diz que está precisando se apaixonar, está é precisando corrigir o passado. Quantas mulheres e homens manifestam, entre suspiros, esse desejo mesmo estando casados? Um sem-números deles, quase todos nós, atordoados com a própria inquietude. E no entanto é simples entender . Mesmo as pessoas felizes precisam reavaliar escolhas, confirmar sentimentos, renovar os votos. Apaixonar-se de novo pelo mesmo marido ou pela mesma mulher nem sempre dá conta disso. Eles já conhecem todos os nossos truques, sabem contra o que a gente briga,  e no momento o que precisamos é de alguém virgem de nós que permita a recriação de nós mesmos. Precisamos nos apaixonar para justamente corrigir o que fizemos de errado enquanto compartilhávamos a vida com nossos parceiros. Sem que isso signifique abir mão deles.
Isso explica o fato de as pessoas sentirem necessidade de relações paralelas mesmo estando felizes com a oficial. Explica, mas não alivia. Como é complicado viver. - Martha Medeiros. 

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